Mais uma obra provando que quando nos dedicamos podemos criar coisas lindas!
Sinto vergonha de mim...
Sinto vergonha de mim quando me deparo com as mazelas da sociedade cuja minha participação é direta e indireta...
Sinto vergonha de mim quando sei que compatriotas meus vivem num estado de pobreza deplorável indo na contra mão do desenvolvimento e dos recursos naturais...
Sinto vergonha de mim quando sei que os recursos destinados a educação a cultura a saúde, são surrupiados por gente corrupta de índole e coração perverso...
Sinto vergonha de mim quando vejo meu representante legislativo buscando apenas seus próprios interesses em detrimento de seu clientelismo ordinário...
Sinto vergonha de mim ao ser convidado para participar de campanhas de arrecadação de recursos para os mais carentes sabendo que se houvesse competência na administração dos recursos públicos tal campanha não seria necessária...
Sinto vergonha de mim ao ver tanta fraude dentro de organizações de grande, médio, e pequeno porte levando a falência em meses o que levou uma vida para se construir...
Sinto vergonha de mim ao passar pela calçada e me deparar com pessoas deitadas ao chão como se fossem objetos, e o que é pior, acostumar-me com isto...
Sinto vergonha de mim ao ver nas pessoas a ausência da ética, valores, integridade, honestidade e moral...
Sinto vergonha de mim ao ver as lojas de departamento lotadas enquanto que livrarias teatro e museus estão vazios...
Sinto vergonha de mim quando me preocupo apenas com a estética exterior e a interior está afundada no egocentrismo...
Sinto vergonha de mim quando vejo as pessoas declamando e escrevendo sobre o amor, mas em suas vidas, a prática deste sentimento está longe...
Sinto vergonha de mim ao ver que meus pequenos esforços não representam nada para melhorar o mundo diante do mega problema moral, social, comportamental e intelectual que o mesmo precisa...
Sinto vergonha de mim ao me preocupar em apenas consumir e consumir, sem me preocupar em preservar e tão-somente, preservar...
Sinto vergonha de mim quando deixo de cultivar minha identidade e simplesmente a abandono em detrimento da fragmentação da sociedade que me conduz sutilmente à isto...
Sinto vergonha de mim quando não consigo falar de mim mesmo e para mim mesmo e conduzir-me a uma reflexão sobre meus defeitos e virtudes – é mais fácil falar e apontar os erros do outro...
Sinto vergonha de mim quando comparo as pessoas com a "salutar intenção" de estimula-las mas na verdade as deixo constrangidas e inibidas – Não faça comparações!... Cada pessoa é única...
Sinto vergonha, mas ao mesmo tempo desafiado a mudar este cenário. Para isto é preciso disposição e uma consciência convicta de que aos poucos podemos produzir um mundo cada vez melhor, mais justo, mais humano, realmente humano.
Isael Marcos de Araújo
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