terça-feira, 19 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. XIII

Capítulo XIII
Reconciliação de Jeitosinha e Thiago
A família finalmente percebeu que Ambrósio estava desaparecido. Ele
não havia voltado da pescaria nem dado sinal de vida. Marilena chamou
a Polícia, que pareceu não dar muita importância à ocorrência. Os dois
policiais fizeram poucas perguntas, anotaram um boletim de forma
burocrática e se foram em poucos minutos, levando uma foto do homem.
Jeitosinha chegou em casa quase na hora do almoço. Os irmãos não
perceberam que ela passara a noite fora, mas sua mãe sim.
- Onde você estava? - perguntou. Jeitosinha ignorou a abordagem.
Sorte sua seu pai não estar por aqui. Ele não ia gostar disso... -
insistiu Marilena, com um tom seco de reprovação na voz. A resposta da
filha foi carregada de ironia:
- O que poderia preocupá-lo, mamãe? O risco de que eu perca a
virgindade ou volte grávida para casa?
Marilena tentou acariciar o cabelo da filha, que afastou sua mão com
um gesto brusco.
- Não me encoste! Eu odeio você! Um fio de lágrima escorreu pela face
esquerda da sofrida mãe.
- Querida... Você é tão jovem... Tem uma vida pela frente! Ainda há tempo
de encontrar a felicidade...
- Como eu poderia ser feliz? Eu sou uma mulher aprisionada no corpo de
um homem!
- Veja o lado positivo... - tentou consertar Marilena - Você não tem
tensão pré-menstrual, não precisa sentar-se em privadas sujas de
boate... Mantenha a calma e a resignação. Você ainda encontrará algum
homem que a aceite como você é!
"Sim", conjecturou Jeitosinha. "Este homem talvez seja Thiago. Mas
como ele estará se sentindo depois de nossa estranha noite de amor?".
Ela pensou durante todo o dia no seu amado, reunindo forças para
enfrentar sua primeira noite no bordel de luxo.
Curiosamente, a expectativa de entregar-se a estranhos não a
incomodava. Desde a revelação de sua condição, ela não se reconhecia
naquele corpo. Não sentia que tivesse que zelar dele.
Eram nove da noite quando Jeitosinha entrou no fusca de Arlindo, rumo
à casa de encontros. O local ficava próximo, mas era preciso percorrer
um pequeno trecho numa estrada pouco movimentada.
Justamente quando passavam pela parte mais escura e deserta do
percurso, uma luz surgida do nada cegou momentaneamente Arlindo,
impedindo-o de dirigir. O rapaz pisou no freio abruptamente. Antes que
pudessem esboçar qualquer reação, as duas portas do carro foram
abertas, e o casal foi retirado de dentro do veículo por mãos
poderosas.
Pouco antes de tomar uma descarga elétrica que a faria perder os
sentidos, Jeitosinha pôde ver a face de seus raptores: eram
homenzinhos verdes vestindo estranhos macacões prateados.
Jeitosinha e Arlindo nas mãos de ETs!
Confira amanhã o próximo e emocionante capítulo!"


(Autor Desconhecido)
Texto adaptado por Tina Chaves

segunda-feira, 18 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. XII


Capítulo XII

Pretensões de Arlindo

Jeitosinha não acreditava no que acabava de ouvir. Desde a revelação de seu trágico segredo, sentia-se num pesadelo sem fim. Não bastasse todo o ódio em seu coração, o estranho desfecho da morte do pai e a perda de Thiago, seu amado, agora a nossa heroína era chantageada pelo cruel Arlindo!
- Você quer que eu me prostitua?
- Sim. - confirmou o irmão, sem um pingo de emoção na voz - Existe um bordel de luxo aqui perto de casa...Pessoas exóticas como você podem ter um bom valor no mercado.
- Ma-mas... Eu sou virgem! Sou inocente! - retrucou Jeitosinha, aos prantos.
- Pois você tem até amanhã para aprender o que precisa.
Arlindo deixou o quarto da loira batendo a porta. Adenair entrou em seguida, curioso para saber o que acontecera. Jeitosinha contou resumidamente a história.
- Mas não pode ser! Você precisará matá-lo também! - reagiu o enrustido, batendo o pezinho nervosamente.
- Sim, mas não poderei fazê-lo agora. Não com o estranho desaparecimento do corpo de papai. Precisamos desvendar primeiro este mistério - disse Jeitosinha, recompondo-se.
- Então você...
- Não resta outra alternativa, Adenair. Terei que me submeter aos caprichos de Arlindo. E pode ter certeza: amanhã estarei mais pronta do que ele pensa!
 
***
Pela primeira vez desde o rompimento, Jeitosinha voltou àquela noite ao apartamento do Thiago. Encontrou-o em estado de total desespero, sorvendo doses e mais doses de uísque barato.
- Você destruiu a minha vida! - Lamentou o jovem.
A loira, usando um vestidinho curto, sentou-se no seu colo. Numa explosão de luxúria, enfiou a língua na boca de Thiago, antes que ele pudesse esboçar qualquer reação.
Num primeiro momento ele retribuiu ao carinho, mas logo lembrou-se de que estava beijando um homem. Rejeição e desejo se sucediam em ondas no coração de Thiago. Mas ele havia bebido bastante e amava Jeitosinha...
No dia seguinte, consumada uma louca e completa noite de amor, a loira acordou e viu Thiago, de pé, contemplando-a. Ela abriu um sorriso, mas não foi retribuída.
- Você é tão bonita... - murmurou o rapaz, com um semblante que mais sugeria um lamento que um elogio.
- O que você achou da noite, meu amor?
- Eu... Eu estou confuso... Foi tudo muito diferente... Me vi fazendo coisas que nunca imaginei ser capaz...
- Calma, amor... - respondeu docemente Jeitosinha - Sente-se aqui ao meu lado. Vamos conversar melhor sobre isso...
- Bem... - respondeu Thiago, com um sorrisinho sem graça, podemos até conversar. Mas sentar eu não consigo...
Jeitosinha e Thiago irão se reconciliar?
Confira o próximo e emocionante capítulo de "A SAGA DE JEITOSINHA"

sexta-feira, 15 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. XI


Capítulo XI

Revolta de Arlindo

- Você nunca me enganou, Jeitosinha... - a voz de Arlindo destilava revolta e ódio.
- Vou contar teu segredo ao papai, assim que ele voltar da pescaria! Aliás, vou contar ao mundo!
- Contar ao papai? - espantou-se a moça. Então, Arlindo não sabia que o pai estava morto! Não foi ele quem escondeu o corpo! Jeitosinha estava tão fragilizada que acabou assumindo sua bizarra condição ao irmão.
- Sim, Arlindo. Sou uma mulher aprisionada no corpo de um homem. Mas sou a maior vítima desta situação! Eu lhe imploro: não revele o meu segredo!
- Não adianta, Jeitosinha... - retrucou o magoado Arlindo - Toda a minha vida brinquei com cavalinhos feitos de palitos de fósforo fincados em batatas, enquanto a princesa tinha os mais caros brinquedos. Toda a minha vida dormi espremido num beliche, com os pés do Amarildo tocando as minhas narinas, enquanto você tinha seu quarto e finos lençóis de seda...
Arlindo agarrou Jeitosinha pelos braços e fitou o fundo de seus olhos.
- Mas o que eu nunca vou perdoar mesmo foi aquela surra que levei quando descobri a verdade sobre você... - Arlindo tremia de rancor.
- Mas nem eu mesma sabia! - Tentou defender-se Jeitosinha.
- Chega! Chega de suas mentiras!
- Arlindo virou-se em direção à porta. A irmã, desesperada, lançou-se ao chão e abraçou seus pés.
- Não, Arlindo... Por favor! Eu faço qualquer coisa!
- Qualquer coisa? - O tom do rapaz agora era mais suave. - Comece mostrando-se para mim. Quero vê-la nua!
Relutante, Jeitosinha livrou-se de suas roupas e revelou seu corpo perfeito de mulher. Bem, quase perfeito.
- Não é justo... - balbuciou Arlindo, apontando o apêndice que fazia de Jeitosinha um quadro surrealista - Até neste quesito você ganha de mim...
- Por favor, não seja rude comigo...
- O que? - espantou -se o moço - Você imaginou que eu quero tocar você?
É ruim, hein?
- Mas... O que você quer então? - Perguntou a moça, voltando a se vestir...
- Você vai me render dinheiro, irmãzinha. Muito dinheiro!
O que Arlindo pretende? Como Jeitosinha sairá dessa?
Confira, no próximo e emocionante capítulo!

quinta-feira, 14 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. X


Capítulo X

Mistério na casa de Jeitosinha

Naquela manhã de segunda, a mãe e os sete irmãos sentaram-se juntos para o café, na longa mesa da copa. Era tradicionalmente o momento em que a família colocava seus assuntos em dia. Mas um silêncio incômodo pairava no ar. Jeitosinha sondou cada rosto, buscando em algum deles um sinal que indicasse quem teria escondido o corpo de Ambrósio. É claro que o pai não retornara da pescaria na noite anterior. Mas
porque ninguém parecia se importar com o fato? Disfarçando o nervosismo, a moça arriscou perguntar à mãe:
- O papai não voltaria ontem?
- Sim, querida - respondeu Marilena - Mas ele ligou dizendo que uma ponte caiu e que eles estão isolados na vila onde foram pescar.
- Era a voz dele, mãe? Tem certeza?
- Que pergunta... Claro, minha filha. A ligação estava ruim, mal escutei o que ele dizia. Mas quem mais poderia ser?
Arlindo, o ciumento irmão mais velho, esboçou um sorriso enigmático, que Jeitosinha rapidamente captou como um indício de culpa. "Sim! Arlindo! Só pode ser ele!", pensou. "Arlindo sempre desconfiou de que havia algo errado comigo. Ele nunca perdoou papai pelo carinho que me dedicava. Ele sabe, por alguma razão, que fui eu quem matou papai e apagou as evidências como parte de um plano de vingança! Mas porque esconder o corpo, em vez de simplesmente me entregar à polícia?".
As perguntas atormentavam a mente limitada de nossa heroína loira. Ela voltou para o quarto, cobriu o rosto com o travesseiro e começou a chorar baixinho. No princípio, chorava por medo. Pela confusão que tomara conta de sua vida. Mas logo sua dor se transfigurou, e Jeitosinha passou a verter seu pranto por saudades do seu Thiago.
Lembrava-se das mãos do amado percorrendo seu corpo. Sentiu um calafrio e uma onda de excitação só de imaginar o toque suave de seus dedos. Neste momento, abruptamente, Arlindo abre a porta. Jeitosinha ainda tem tempo de disfarçar as lágrimas. Mas não a ereção.
- Ahá... Eu sabia! - Bradou o irmão, radiante, enquanto uma descarga de adrenalina fazia desaparecer do jeans apertado o volume comprometedor.
Conseguirá Jeitosinha escapar da revolta de Arlindo?
Confira mais tarde no próximo e emocionante capítulo!

quarta-feira, 13 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. IX


Capítulo IX

A surpresa

Passava da meia-noite quando Jeitosinha voltou para casa. Seu álibi foi perfeito: consumiu as últimas horas estudando Geografia com uma amiga, como costumava fazer.
Ela estava impressionada com a própria frieza: conseguiu concentrar-se nos livros e conversar amenidades, como se nada tivesse acontecido.
Mas ainda sentia nas mãos o tremor da serra elétrica. Os gritos de Ambrósio continuavam ecoando em seus ouvidos. Eram sensações surpreendentemente gostosas. Arrependimento mesmo, só o de ter perdido o capítulo da novela das nove. "A mamãe eu matarei na hora do Jornal Nacional", jurou para si mesma.
As luzes da sala estavam acesas. Viu pela janela os vultos de seus familiares. Entrou pela porta principal, preparando-se para fingir dor e desespero ao se deparar com os pedaços de carne e ossos de seu pai espalhados pela sala. Mas qual não foi o seu espanto ao perceber que não havia na casa um só vestígio de seu crime hediondo! Quatro de seus irmãos, inclusive Adenair, estavam assistindo TV, tranquilamente. Sua mãe havia se recolhido ao quarto.
- Onde está o papai? - perguntou.
- Foi pescar - respondeu Amarildo, o segundo filho de Ambrósio e Marilena.
- Pescar?
- Sim, deixou um bilhete com a mamãe, dizendo que resolveu na última hora e que volta amanhã à noite.
As belas pernas de Jeitosinha estremeceram e ela sentiu uma estranha vertigem. Realmente seu pai era dado a estes rompantes e o sumiço não chegava a espantar ninguém em sua casa. "Será que tudo não passou de uma alucinação?", questionou-se. Mas não. Observando o revestimento plástico do sofá onde o crime havia acontecido, percebeu o cheiro de detergente e marcas de pano, que sugeriam uma limpeza recente.
Jeitosinha puxou seu cúmplice, Adenair, até o quarto.
- O que está acontecendo?
- Eu é que te pergunto! - retrucou o irmão - Você não ia matar o papai?
- Matei! Eu matei! Alguém escondeu os restos, limpou a sala e ainda deixou um falso bilhete para a mamãe!
Adenair deu um gritinho ansioso e histérico. Jeitosinha esbofeteou-lhe a face e disse, resoluta:
- Calma. Você já esperou mais de 20 anos. Não acho que seja a melhor hora pra soltar a franga...
Aguardem próximo capítulo!

terça-feira, 12 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. VIII


Capítulo VIII

Falsa loira nua

Adenair, que era estagiário na Secretaria de Meio Ambiente do município, conseguiu, sem chamar a atenção, retirar uma moto-serra no almoxarifado da Prefeitura. Como o dia seguinte seria um domingo, ele teria tempo de limpar a ferramenta e devolvê-la a seu local de origem antes que dessem pela sua falta.
Ao cair da noite, ninguém na família poderia imaginar o drama que se desenrolaria nas próximas horas. Um por um, os irmãos mais velhos foram saindo, como quaisquer jovens numa noite de sábado. Adenair foi o último a deixar a casa. Controlando as emoções, despediu-se do pai
sem despertar suspeitas.
Enfim sós, Jeitosinha e Ambrósio assistiam ao telejornal das oito. Ela usava um vestidinho curto. Balançava provocativamente as pernas, mostrando toda a extensão de suas coxas bem torneadas. A loira sabia que o pai moralista logo iria implicar com a roupa.
- Precisa usar um vestido tão curto? Vá já se vestir direito!, ordenou Ambrósio, apontando para o quarto de Jeitosinha.
Era a deixa que a moça esperava. Ela entrou no seu quarto e reapareceu poucos minutos depois, causando a última e pior visão que aquele homem rude jamais tivera. Sua filha, seu meigo tesouro, estava completamente nua, portando a serra elétrica. Mas o maior espanto de Ambrósio foi
constatar a existência de uma outra ferramenta, pendurada entre as pernas da bela loira.
- N-não pode ser! Não pode ser! O que é isso? - balbuciou o homem, com uma expressão patética, indicando o bráulio de Jeitosinha.
- Isto sou eu, papai! Eu sou o monstro que você criou!
O som ensurdecedor da serra abafou os gritos desesperado do homem, que de tão surpreso sequer teve forças para lutar.
Minutos depois, tudo era silêncio e calma. Jeitosinha tomou um banho demorado, vestiu-se, escondeu a serra elétrica num terreno próximo, seguindo o plano previamente combinado com o irmão, e dirigiu-se tranquilamente à casa de uma amiga, deixando montado na sala de sua
casa um cenário dantesco.
Estava encerrada a primeira etapa de sua vingança. Ou pelo menos Jeitosinha imaginava que sim...
Prepare-se! No próximo capítulo Jeitosinha terá uma grande surpresa!

segunda-feira, 11 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. VII


Capítulo VII

Plano de vingaça

Não foi difícil para Jeitosinha convencer Adenair a juntar-se a ela em seus planos de vingança. Ele sabia que seu pai, violento e castrador, jamais o deixaria sair do armário. Com Ambrósio morto, um novo horizonte, muito mais colorido, se desenhava à sua frente.
- Já pensou, Jeitosinha? Vou poder comprar um Ka dourado... Colocar piercings nos mamilos... Fazer backing vocals no show do Edson Cordeiro! Dançar techno que nem o mineiro.
Adenair só não estava muito certo sobre a morte da mãe. Marilena sempre foi uma mulher zelosa de seus filhos, e muito carinhosa com os sete.
- Você acha que o erro da mamãe foi assim tão grave? - perguntou.
- Se eu acho? - indignou-se Jeitosinha - Minha vida foi uma farsa!
- Mas sempre é tempo de recomeçar... Você pode fazer uma operação de troca de sexo...
- Não é tão simples. Eu gosto de mim como sou! O problema é que o mundo não está preparado para aceitar pessoas diferentes!
- Pôxa... O mundo aceitou o Michael Jackson! - ainda insistiu Adenair.
Mas Jeitosinha estava decidida.
- A vingança vai começar. Papai será a primeira vítima.
- Qual é o seu plano?
- Amanhã é sábado. Neste dia, à noite, todos os nossos irmãos saem para se divertir.
Mamãe tem a novena na casa de Dona Nair e papai e eu costumamos ficar sozinhos em casa.
Adenair ouvia com atenção o plano traçado por Jeitosinha na noite anterior.
- Papai terá uma morte violenta. Sangrenta. Algo tão hediondo que ninguém suspeitará que o crime poderia ter sido praticado por uma pessoa como eu, uma jovem loira, maravilhosa e frágil...
- E como eu poderei ajudar? - perguntou Adenair.
Jeitosinha esboçou um sorriso estranho e respondeu, num tom seco:
- Me arranje uma serra elétrica!
Sangue! Morte! Traição! Vingança!
Confira tudo isso e no próximo e mais emocionante capítulo!

sexta-feira, 8 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. VI


Capítulo VI

O plano macabro de Jeitosinha

Dos seis irmãos, só o mais velho não se dava bem com Jeitosinha. Todos os outros nutriam um enorme carinho pela caçula. Adenair, o sexto filho, um ano mais velho que a irmã, era o grande amigo e confidente da moça.
- O que foi, Jeitosinha? Você parece distante... - perguntou Adenair, durante o café da manhã. Jeitosinha percorreu a cozinha com os olhos e certificou-se de que os dois estavam sozinhos.
- Irmão... Você saberia guardar um segredo muito importante?
O moço gelou por dentro. Embora Jeitosinha não suspeitasse, Adenair também guardava um mistério. Ele balançou a cabeça positivamente, respondendo à pergunta.
- Então, vem comigo... A loira puxou o irmão pela mão até o seu quarto.
Trancou a porta e desabotoou a calça jeans.
- Que é isso! O que você está fazendo, Jeitosinha? Sem dizer uma palavra, Jeitosinha exibiu seu membro masculino a Adenair.
- Não! Não pode ser! Me diz que isso é de borracha e que hoje é Primeiro de Abril! - reagiu o rapaz.
- É o que você está vendo, irmão... Eu sou homem!
- Não, Jeitosinha... Isso aí não quer dizer muita coisa... - o olhar de Adenair parecia estranho - Eu também tenho um e... e... - Jeitosinha entendeu na hora. Então não era por acaso que Adenair comprava todos os discos da Celine Dion e anotava as dicas da Ana Maria Braga.
- Adenair... Você é gay?
- Sim! Minha condição é muito pior do que a sua! - confessou o irmão, entre soluços - Você pelo menos pode usar aquele vestidinho pink ma-ra-vi-lho-so!
Jeitosinha abraçou Adenair e enxugou suas lágrimas com os dedos.
- Adenair... Só me tira uma dúvida...
- É, fui eu sim. - emendou o rapaz - Sua Barbie está no fundo da minha gaveta de meias...
E agarrou-se a Jeitosinha com uma enorme sensação de alívio.
Será que Adenair vai se juntar à irmã no plano de vingança?
Confira no próximo e emocionante capítulo!

quinta-feira, 7 de março de 2013

Jeitosinha - Cap. V


Capítulo V
Thiago e Jeitosinha

Desilusão, medo, vergonha. Sentimentos variados dominavam a cabeça de Thiago quando Jeitosinha lhe expôs sua triste verdade. Sentia que ainda a amava e até compreendia que ela era a grande vítima desta trapaça do destino, mas o amor estava isolado por um intransponível muro de aversão.
- Não podemos continuar juntos, meu amor! Eu sou hetero!
- Mas Thi... Eu continuo sendo a mesma!
- A mesma? Com aquela coisa enorme, que parece um celular Motorolla tijolão? Não, Jeitosinha. Lamento, mas está tudo acabado entre nós!
"Que somos, senão germes rastejantes num enorme teatro do absurdo?", pensou a loira, tomada pelo desânimo. Jeitosinha voltou para casa com passos lentos, como se carregasse o mundo nas costas.
Ao entrar em casa deparou-se com Ambrósio.
- Onde você estava, tesouro? Papai já lhe disse que uma mocinha frágil não pode ficar zanzando por aí!
Embora fosse um homem violento, Ambrósio era sempre doce e atencioso com Jeitosinha. Por isso mesmo a filha, até então, o adorara. Mas agora, sabendo que vivia uma farsa, e que a origem de todo o seu sofrimento era o medo imposto a Marilena por aquele homem, sentia ânsias de vômito só de olhar para o seu rosto.
Vingança! Era tudo o que Jeitosinha queria naquele momento! A vingança penetrou cada pequena veia de seu coração, antes ocupado pelo amor que sentia pelo Thiago. Controlando o tom de voz e forçando um sorriso, Jeitosinha respondeu ao pai:
- Estava estudando com umas amigas. Estou com muita dor de cabeça e vou me deitar, papai. A moça se trancou no quarto e tirou da bolsa uma revista pornográfica, que acabara de comprar numa banca próxima à casa do Thiago.
- Então são assim os homens e mulheres! - disse baixinho para si, enquanto folheava a publicação.
Completamente nua, viu no espelho que era uma mulher perfeita.
Comparou seu pênis com os dos atores pornôs da revista. Eram muito parecidos, embora o de Jeitosinha fosse maior. Tocou-se como nunca havia se tocado. Deixou-se dominar pela libido, livre da repressão imposta pelo pai. Ao deitar-se para dormir, Jeitosinha estava muito triste, mas não havia perdido a razão de viver. Ela sabia que tinha uma missão: Destruir Ambrósio, Marilena e Thiago.
Qual será o plano macabro de Jeitosinha?

Não perca, amanhã, mais um emocionante capítulo de JEITOSINHA!

quarta-feira, 6 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. IV


Capítulo IV

E agora?

O mundo desabou diante dos olhos de Jeitosinha. Tudo o que ela pensava ser, todos os seus sonhos de menina e a possibilidade de um orgasmo múltiplo clitoriano eram subitamente arrancados para sempre de sua vida!
E o que ela diria a Thiago, seu amado, um rapaz de boa índole, do campo, que voltara dos Estados Unidos só para ficar com ela?
- Nunca vou te perdoar! Por que, mamãe? Por que você fez isso comigo?
A revolta saltava de seus olhos cor de esmeralda, como ondas de fogo.
- Calma querida! Ainda posso desfazer meu erro! A gente conta tudo para o seu pai, eu compro pra você umas cuecas, você corta este cabelo, aprende a cuspir e coçar o saco… Enfim, você recomeça sua vida!
- Mas você não entende mãe? Eu me sinto uma mulher!!!
- Tá vendo como tudo tem um lado positivo? Você é um traveco e sua mamãe aceita!
As justificativas de Marilena não estavam ajudando muito.
Desesperada Jeitosinha saiu de casa e vagou… vagou durante horas pelas ruas da cidade.
Acabou concluindo que o melhor era procurar Thiago e dividir com ele sua angústia.
“Se ele realmente me ama, vai me aceitar como eu sou”, pensou.
O rapaz se surpreendeu ao abrir a porta e encontrar sua amada.
Pela rigidez moral de sua criação, Jeitosinha jamais iria até o apartamento de um rapaz solteiro.
- Você aqui, querida?
A moça entrou muda e sentou-se no sofá. Thiago toca seu rosto.
- Você está estranha…é por que eu não te liguei? Desculpe, mas perdi meu telefone celular!
- Não é isso, Thi… – Sussurra Jeitosinha. Encarando o amado fixamente, ela pede, com a voz trêmula:
- Me beija! Me beija como se fosse nosso último beijo de amor!
Ondas de calor percorrem os corpos dos dois. Thiago começa a explorar o corpo da amada com as mãos, numa liberdade que nunca experimentara antes.
- Tenho algo importante a lhe dizer Thiago… – diz a bela loira, no exato momento em que os dedos do rapaz percebem um inesperado volume entre as pernas de Jeitosinha.
- Já sei, amor… – responde Thiago, abrindo um sorriso.
- Já sabe? – Surpreende-se a moça.
Thiago aperta levemente o pênis da loira.
- Claro, querida! Estou sentindo. Você achou o meu celular!

Será que o Thiago aceitará Jeitosinha? Confira o próximo e emocionante capítulo!

terça-feira, 5 de março de 2013

Jeitosinha - III


Capítulo III

Trágica revelação

Só a voz de taquara rachada e a sandália número 41 davam indícios do segredo que envolvia a natureza de Jeitosinha. Mas o que todos viam era uma loira de 1,70 m, cabelos sedosos até a cintura, cativantes olhos verdes, cintura fina, coxas grossas e bem torneadas, seios pequenos e um bumbum perfeito.
"Como ela consegue não ter nenhuma celulite? Parece bunda de homem!", alfinetavam as amigas.
Era sobre a beleza e feminilidade da filha que Marilena pensava, quando a chamou para uma conversa definitiva.
- Querida, tenho algo muito importante a lhe revelar.
- O que foi, mamãe? - perguntou Jeitosinha, apreensiva, lendo a angústia nos olhos da pobre senhora.
Marilena respirou fundo e foi diretamente ao ponto central do problema, como se tentasse extirpar com um único golpe o câncer moral que atormentava sua existência:
- Você não é uma mulher.
- Claro que não mamãe!
- Você já sabia, Jeitosinha? - Surpreendeu-se Marilena.
- Claro. Tenho minhas amigas na escola. Embora você nunca tenha me falado sobre essas coisas, eu sei que não sou mulher.
Marilena respirou aliviada.
- Então você já sabia que...
- Sim, mamãe. Eu ainda sou uma donzela.
Por um instante Marilena deixou-se abater pelo desânimo. Pensou em sumir, dar cabo da própria vida, qualquer coisa que a livrasse da enorme decepção que teria que causar a filha. Mas Jeitosinha era uma garota doce e compreensiva. E mesmo sendo loira, devia ter, mesmo que instintivamente, a percepção de que não era uma moça como as outras.
- Querida... - Perguntou Marilena - você nunca notou nada de estranho no seu corpo?
- Bem, mamãe... - respondeu Jeitosinha, encabulada - eu nunca entendi muito bem por quê eu sinto uma dor horrível entre as pernas quando uso uma calcinha apertada ou tomo uma bolada no vôlei...
- O que mais, minha filha?
- Hummm... Nas aulas de Educação Sexual eu tenho uma certa dificuldade em entender por onde é que os homens depositam na gente as tais sementinhas...
Era a oportunidade que Marilena esperava para contar a menina toda a verdade.
Como Jeitosinha reagirá à constatação de que é espada?

Não perca a continuação dessa trama, de segunda a sexta sempre às 15hrs!

segunda-feira, 4 de março de 2013

Jeitosinha - Cap. II


II - A farsa


Não foi difícil esconder do pai da criança a verdade sobre Jeitosinha. Ambrósio era um homem conservador e moralista, embora seus atos não correspondessem à disciplina rigorosa que impunha aos filhos e a esposa. Por esta razão, ninguém estranhou que desde muito cedo a caçula tenha sido criada em total isolamento em relação aos seis irmãos, sob o olhar atento de Marilena.

Para Ambrósio e os vizinhos, a intenção da mãe era preservar a honra e inocência da filha. A menina era o tesouro de seu pai. Sem contato íntimo com outras crianças, a própria Jeitosinha cresceu desconhecendo sua real condição de travesti. Os traços finos da criança colaboravam, e quando a adolescência chegou, Marilena passou a misturar hormônios femininos ao Biotônico Fontoura que dava diariamente a menina, com resultados surpreendentes.

Aos 20 anos, Jeitosinha era não apenas uma mulher, mas a mulher mais bonita do bairro. Foram raros os incidentes que ameaçaram revelar o segredo de Marilena. O mais grave aconteceu quando a menina tinha 15 anos. Era uma tarde de Domingo quando Arlindo, o irmão mais velho, entrou na sala gritando:

- Eu vi a Jeitosinha fazendo xixi em pé! Eu vi a jeitosinha fazendo xixi em pé!

Com presença de espírito, antes mesmo que Ambrósio raciocinasse sobre a frase, Marilena deu um safanão no rapazote:

- Espiando sua irmã no banheiro, não é, safado?

Diante da possibilidade de que a intimidade inocente de sua filhinha tivesse sido violada, Ambrósio deu uma surra de cinto no pobre Arlindo.
Só depois de muitas chibatadas é que foi cair a ficha:

- Peraí, moleque. Você disse que viu sua irmã mijando em pé? Que história é essa?
Mas quando Arlindo saiu do coma, uma semana depois, o pai já nem se lembrava mais da pergunta formulada segundos antes de ele perder os sentidos. Para Ambrósio, tratava-se apenas de uma brincadeira do jocoso Arlindo.
Aqueles foram dias difíceis para Marilena. Mas a crise que aquela pobre mãe zelosa enfrentava agora, cinco anos depois, era muito mais grave. Estava chegando a hora de contar a verdade a filha: Jeitosinha estava apaixonada.

Jeitosinha resistirá à trágica revelação de sua natureza?
Confira no próximo e emocionante capítulo!

Não perca os próximos capítulos, de segunda a sexta sempre às 15hrs!

sexta-feira, 1 de março de 2013

JEITOSINHA - Cap. I


A Saga de Jeitosinha

Ambrósio e Marilena já tinham seis filhos, mas a iminência da chegada de um sétimo rebento criava um clima de tensão no lar. As seis tentativas anteriores não foram suficientes para realizar o sonho do homem: ser pai de uma menina. Contínuo num banco de pequeno porte, indivíduo de temperamento difícil e tendo sido vítima de tortura durante a infância (era obrigado a se vestir de marinheiro e usar botinhas ortopédicas), Ambrósio vivia como uma bomba prestes a explodir.
Por isso Marilena nem se espantou quando o marido, com um tom de voz até doce se comparado ao tratamento habitual que dispensava a família, decretou:

- Se for outro cueca eu te mato, sua vaca!


Para a sorte da pobre mulher, Ambrósio estava no trabalho quando ela entrou em trabalho de parto. Ao conferir, com a criança ainda nas mãos da parteira, que se tratava de mais um menino, Marilena chorou compulsivamente.
Dona Nair, a velha parteira, tentou consolá-la com as palavras simples mas sábias dos humildes:
- Depressão pós-parto. Estima-se que ela atinja 10% das puérperas. Ela pode ser severa e resistente ao tratamento farmacológico, mas o estrogênio – em doses decrescentes, durante duas semanas, mimetizando o ciclo ovariano…tem sido eficaz em alguns casos, viu, ‘fia’ ?
- Não é isso, Dona Nair… – interrompeu a mulher, entre lágrimas. O problema é que o Ambrósio vai me matar se souber que é outro varão…
Dona Nair era uma mulher experiente. Com um sorriso maroto, sugeriu:


- Se é assim, crie o garoto como se fosse uma menina. Ambrósio nunca saberá a diferença…

- A senhora acha que isso pode funcionar? – animou-se Marilena.
- Já vi demais… Lembra daquela pivô que jogava na seleção de basquete?
Agarrando-se aquele fio de esperança, a mãe abraçou carinhosamente a criança e encheu-se de ternura.
- … pode dar certo. Até que ele é jeitosinho…
- Jeitosinha, ‘fia’… – corrigiu Nair – Jeitosinha!


Conseguirá Marilena levar esta farsa adiante?

JEITOSINHA! A Novela mais emocionante do seu e-mail, ou seria a única? Não perca os próximos capítulos, de segunda a sexta sempre às 15hrs!

(Autor Desconhecido)
Texto adaptado por Tina Chaves