sexta-feira, 19 de abril de 2013

JEITOSINHA - Cap. XXXIII


JEITOSINHA
Capítulo XXXIII

Algum tempo depois...

Alguns dias que se passaram desde a morte de Ambrósio. Adenaíra vinha se recuperando da infecção hospitalar. Thiago a levara para sua casa e a convivência era amigável. A moça se esforçava para transformar aquele apartamento de solteiro em um lar e o rapaz gostava de sua companhia. Mas não conseguia esquecer Jeitosinha e ainda sentia um, digamos, "vazio por dentro", se é que você me entende...
Como era de se esperar, os exames periciais confirmaram que tratava-se da letra de Ambrósio no bilhete. Provaram também que as digitais eram mesmo de Arlindo.
Impotente diante da armadilha armada pela irmã e diante das péssimas condições da carceragem, o rapaz simplesmente enlouqueceu.

Na casa de Jeitosinha todos se esforçavam para retomar as rotinas de suas vidas.
Adenaíra escrevera, contando da operação e de como estava feliz em sua nova condição. Omitira, entretanto, que era hóspede de Thiago.
No bordel de Madame Mary, Jeitosinha buscava superar a perda de seu amado nos braços de Laura Croft. O treinamento da loira continuava.
Na penumbra de seu escritório, a cafetina continuava instruindo Jeitosinha sobre os mistérios do amor e do sexo, mas ainda eram apenas aulas teóricas, o que já estava deixando nossa heroína impaciente.
- Às vezes sinto que a senhora, deliberadamente, está adiando minha estréia profissional - questionou um dia Jeitosinha.
Pela primeira vez, a sempre segura Madame Mary pareceu incomodada.
- Que bobagem, querida... Já lhe disse, tenho uma imagem a zelar... Tudo virá a seu tempo.
Jeitosinha vinha se abrindo cada vez mais com a patroa. Chegou a confessar o atentado com a serra-elétrica, o plano que incriminou Arlindo e o desejo de se vingar da mãe.
Madame Mary a tudo ouvia, sem emitir qualquer opinião. Naquela tarde, entretanto, encontrou Jeitosinha mais fragilizada do que de costume.
- O que houve, criança? - Perguntou a cafetina.
- Não sei o que está havendo comigo, Madame Mary... - Disse a loira, com a voz embargada - Talvez seja a falta de Thiago, ou o remorso por ter tirado a vida de meu pai... Mas o fato é que estou fraquejando. Começo a achar que talvez mamãe não seja assim tão culpada pelo meu destino.
Talvez seja a maior das vítimas, preservando um segredo por tantos anos apenas para poupar a todos da ira de Ambrósio.
- O que você quer dizer com isso? - perguntou Mary.
- Quero dizer que estou cansada de ódio e sofrimento. Vou buscar minha felicidade. E começarei procurando mamãe e dizendo que a perdôo...
- Não creio que você precise procurá-la... - disse Madame Mary, num tom de voz bastante familiar.
A mulher aproximou-se do fraco abajur que iluminava o escritório.
O que será que vai acontecer?
Aguardem o próximo capítulo!
(Autor Desconhecido)
Texto adaptado por Tina Chaves

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